Artigo integrado na revista GERADOR #1 . Declaração de Amor à Cultura Portuguesa

O piropo, o Arménio e uma espécie de declaração de amor à arquitetura portuguesa

O piropo – expressão ou frase dirigida a alguém, geralmente para demonstrar apreciação física – enquanto elogio à arquitetura portuguesa é um exercício de estilo aqui introduzido como uma possível reflexão popular, alternativa ao discurso erudito. Procura-se, através de dois discursos paralelos, o das imagens e o dos piropos, a elevação das qualidades intrínsecas ao trabalho realizado por várias gerações de arquitetos, alguns deles incógnitos, que espalharam as suas visões pelos quatro pontos cardeais do país.

Através da articulação do piropo com imagens, que espelham diferentes temas da arquitetura portuguesa, cria-se um mosaico que produz uma determinada observação ilustrativa das qualidades arquitetónicas. Trata-se do elogio popular lançado sobre a obra, que realça a sua forma ou detalhe, reflete sobre o belo ou o original, caracterizando sempre com um apreciável poder de síntese, eficaz e mordaz.

O piropo é também um elogio a todos aqueles que constroem arquitetura. É o Arménio, o trolha da Areosa perpetuado por Carlos Tê e cantado por Rui Veloso, mas também todos aqueles que através de anos de músculo, dedicação e trabalho sobre condições extremas, contribuem para a edificação da identidade arquitetónica nacional.

Etimologicamente, a palavra piropo provém do latim e do grego, significando ‘em chamas’, ‘inflamado’ ou ainda a cor do fogo. O piropo pode ser utilizado em trocadilho, como metáfora ou em rima. Há os ordinários, os espirituosos, os subtis e os religiosos. Pretendemos aqui, através de uma mistura de piropos positivos e otimistas, incendiar a paixão pela arquitetura portuguesa.

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